Curso TPS 2009 SIC

Curso de Técnicas de Protecção e Segurança 2009

20/09/2007

No aproveitar é que está o ganho

Para quem não sabe, sou praticante da disciplina de Tiro Práctico (IPSC).
E sou por vários motivos. A saber: pelo convivio, pela práctica desportiva, pelo contacto com a natureza, e pelo treino que a modalidade me proporciona.

Sim, eu disse a palavra treino! e por mais que alguns fiquem admirados quando digo isto, pois em tese a práctica desportiva de tiro tem muito pouco que ver com as caracteristicas do confronto, eu aproveito o momento em que atiro em provas para treinar. Como? Porquê? eu explico...

O IPSC tem duas vertentes muito interessantes, o bom atirador tem de ser rápido e preciso, o tempo é um factor e a precisão é outro. O mesmo sucede no confronto.

Tendo estes dois postulados em mente, afirmo que: um saque muito rápido associado a uma boa empunhadura, uma, necessáriamente, rápida aquisição do alvo, uma postura corporal correcta de forma a poder executar tiro em movimento, o facto de ser forçado a ter em mente o numero de munições que tenho nos carregadores (mesmo quando estou a atirar), multiplas trocas de carregadores, o facto de estar num cenário com multiplos alvos, no qual eu estou em movimento, e outros factores que explicarei adiante proporcionam-me um treino, no minimo, interessante.

Todas estas condicionantes devem ser tidas em conta quando em combate (movimento, rapidez de raciocionio e de procedimentos, contagem de munições, aquisição rápida de alvos, situações de shoot/no shoot), por isso quando estou em pista procuro adoptar uma postura mais de combate em detrimento de uma postura mais competitiva.

Isso, muitas vezes, passa por não usar os aparelhos de pontaria da arma, por exemplo.

Outro factor curioso é o facto de que todos estes procedimentos, executados numa postura de combate, induzem stress, ao ponto de muitas vezes eu me aperceber claramente que perdi a visão periférica, e que por isso a transição entre alvos e a sua aquisição é feita através da memória que construí inicialmente do que vi quando iniciei a pista. Como tenho a noção de entrar em tunel de visão, consigo activar mecanismos para tentar dela sair. O que me dá outra caracteristica interessante para o meu treino.

Óbvio que isto se reflecte nos resultados desportivos, mas isso pouco importa, dado que o treino que me proporciona uma prova supera claramente essa vertente.

Dito isto, considero que o ganho potêncial, que consigo aproveitando a práctica de tiro desportivo para o meu treino, não deve ser desperdiçado.

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