Curso TPS 2009 SIC

Curso de Técnicas de Protecção e Segurança 2009

28/03/2008

Força contra força , para todos os gostos 2

No seguimento do que dizia no post anterior, em que falei um pouco da possibilidade de quase tudo ser possível, e licito no força contra força, no que toca aos exercícios passiveis de ser realizados.

Importa agora falar do que teve anteceder a sessão de demonstração/execução, a sessão teórica de força contra força.

Esta sessão, da forma como eu a entendo, e as pessoas que trabalham comigo nesta matéria, também, deve abordar algumas questões consideradas chave. Por exemplo toda a panóplia de efeitos Psico-fisiológicos que sucedem ao operador quando tem medo, e entra em modo de auto-preservação, que como bem sabemos, não é controlável.

É, assim, obrigatório abordar as questões que se prendem com esta matéria, por forma a que os operadores percebam o que lhes sucede, quando estão "numa enrascada".

Importa ainda abordar questões do funcionamento do corpo humano, questões que passam pela forma como o nosso corpo recolhe e trata informação.

E outras, que não importa agora aprofundar...

É essencial esta sessão ser ministrada com qualidade, e com a maior interacção possível com os formandos, para que eles digam também as suas experiências pessoais, dado que cada operador é diferente de outro, e percepciona e reage ás condicionantes de forma diversa dos restantes.

E, fundamentalmente, porque no dia seguinte vão passar á prática, e vão vivenciar tudo o que abordou na sessão, do dia anterior. E só então vão, efectivamente, ter noção que, ao contrario do que julgam, muitas vezes, pouco sabem fazer, e muito menos conseguem fazer quando estão metidos em um "salsifré danado".

Mas no final, esperamos que saibam onde podem ganhar as pequenas vantagens que, tantas vezes, decidem o resultado do contacto com o agressor...

25/03/2008

Força contra força, para todos os gostos

Pegando no que deve ser aqui o tema central, força contra força, e porque nos últimos dias tive oportunidade de debater o assunto com prestigiados colegas e amigos, importa colocar em perspectiva o que devem ser os exercícios de força contra força, e o que devem simular, ou não...

A pergunta recorrente é: que exercícios constam do força contra força?
A resposta é simples: o que quisermos!

Note o leitor, que as simulações podem ir até onde a imaginação nos levar, a turma nos permitir, e o formador conseguir transmitir.

Eu, pessoalmente, gosto de colocar em ênfase situações de confronto armado, arma curta/longa e arma branca, em duelo, contra um ou múltiplos adversários, em cenários que normalmente não oferecem grande protecção ao operador, o que força á implementação de três coisas que acho essenciais: concentração e direcção da agressividade, movimento e destreza no uso do armamento.

Gosto particularmente de analisar o efeito da tensão e do medo com os meus formandos, porque entendo serem factores chave do confronto, quem percebe ambos tem mais hipóteses de ser bem sucedido, e sobre isso não aceito duvidas, passe a arrogância.

Existem, porem, outras abordagens e uma multiplicidade de cenários a criar, que podem ir ao encontro do que o formador pretende enfatizar na sua sessão de formação, e que igualmente, normalmente diria mesmo, criam imenso stress nos operadores, é impressionante o que, a titulo de exemplo, um individuo suspeito a mexer numa simples porta pode provocar a um operador, pelo simples facto de este antecipar um confronto, eu já levei dois impactos de softair numa perna, por ter aberto uma porta, estando desarmado... é no mínimo elucidativo sobre o que é o descontrolo que se consegue provocar aos operadores no força contra força.

Claro que, a nossa turma "escolhe" o tipo de curso que vamos ministrar, se publicitamos de forma genérica convém adaptar os exercícios ás realidades dos formandos, sob pena de eles não perceberem para que serve tudo aquilo... se por outro lado publicitamos o tipo de curso que vamos ministrar, por norma a turma aparece já formatada para o que se vai executar, o que sempre simplifica a questão.

Outras considerações serão feitas nos próximos dias, até lá.

16/03/2008

Agradável surpresa

No sábado passado tive uma agradável surpresa, como há muito tempo não sucedia.

Tive oportunidade de frequentar uma acção de formação de Kubotan, organizado por um colega e amigo, e ministrada, de forma magistral, pelo Formador Telmo Gonçalves da PSP.

Digo que foi uma agradável surpresa, por vários motivos, primeiro porque, afinal, uma formação para ter sucesso pode muitas vezes ser simples, desde que bem estruturada, foi o caso. Depois porque o formador era de facto muito qualificado, e criou uma imediata empatia com os formandos, o que é sempre um grande contributo ao sucesso da formação. Ainda porque foi muito refrescante assistir a um curso, organizado para que policias aprendam coisas úteis, e não, como se tem visto recentemente, um curso organizado para ganhar dinheiro e protagonismo.

No que toca ao curso em si, de referir a simplicidade das várias técnicas, aliada a eficácia das mesmas. Fiquei, confesso, adepto de um equipamento/técnica que conhecia já, mas que não dominava pois nunca havia estudado a fundo.

Embora haja uma ou outra situação em que fiquei com a sensação de preferir utilizar outras técnicas que domino, e que considero mais simples nos casos concretos, devo dizer, que até nesses casos, dou de barato, que quem não conheça outras alternativas, fica muito bem servido com tudo o que pude estudar no estágio de Kubotan.

Para alem do supra citado, de referir a constante disponibilidade do formador em ajudar os formandos, o seu saber, que era muito, e a humildade de quem sabe, e quer ajudar os outros, em vez de se colocar em bicos de pés como tantos gostam de fazer. O formador está de parabéns quando as coisas correm bem, e neste caso, correram muito bem.

Quanto ao Kubotan, de referir que é um equipamento muito discreto, fácil de dominar nas várias pegas, facilmente conciliável, e muito prático para o uso diário do operador, ainda de referir que embora provoque dôr e grande desconforto (para dizer o mínimo) ao oponente, não deixa nódoas (não, não é um detergente, vocês sabem do que estou a falar...) o que é sempre útil para evitar mais problemas, no que toca á avaliação da conduta do agente em tribunal.

Fica o registo, é a repetir, sem duvida!

09/03/2008

Variações do mercado

Ainda recentemente, aludi á entrada no mercado de formação, de diversas empresas, algumas delas estrangeiras, falei sobre alguns prós e contras da situação, mas não comentei a evolução do mercado,e a sua reacção, pois bem, cá vai...

Devido a algum ruído que se criou em torno de algumas empresas, das pessoas que as encabeçam, da sua metodologia de trabalho, da reacção de um mercado que era fechado e conservador, mas que possuía (e possui) talento com fartura, a impressão que temos ao olhar agora para o mercado de treino policial em Portugal, é necessariamente diferente.

A entrada dessas empresas, embora tenha criado algum furor inicial, e tenha de facto agitado as águas, de alguma forma, parece ter fundamentalmente tido o efeito inverso ao pretendido pelos recém-chegados ao mercado, veja-se que neste momento os gestores de formação estão a virar-se para formadores nacionais, mais baratos, mas muito profissionais, em alguns casos, e sabedores do seu oficio, membros de forças policiais e de segurança publica, que oferecem credibilidade junto das instituições.

Aliás este parece ser o motivo chave, para o implodir de alguns projectos. A acreditação junto das instituições ás quais pertencem os formandos é fundamental, não serve de nada um certificado passado por uma empresa que não recolhe credibilidade junto força a que pertence o formando, é dinheiro deitado á rua, salvo se o que se aprender justifique o investimento, mas parece-me que isto só é útil em módulos muito específicos e avançados, que assim como assim, as forças de segurança não ministram aos seus elementos, porque muitas vezes são politicamente incorrectos.

Posto isto prevê-se para os próximos tempos, uma volta no mercado, no sentido de aparecerem mais formações "curtas", apostando na prata da casa, excepto se houver um rever da situação das empresas de formação, e um "lavar de balneário" que expurgue algumas pessoas que manifestamente não devem estar ligadas a estas lides.

Essas empresas cairam no erro de não analisar o mercado, e de esquecer quem o conhece a fundo, existe um grupo de conhecedores da realidade, com nome firmado entre os seus pares, que são respeitados e que deviam ser as primeiras pessoas a quem esta formação nova devia procurar conquistar, sob pena de as opiniões serem negativas e os projectos caírem por terra, em Portugal, todos se conhecem e a palavra passa rápido, a boa e a má.

Acção sobre o objectivo



Acción sobre el objetivo
Feb 24th, 2008 por Cecilio Andrade

“Si al comienzo no muestras quien eres,

nunca podrás después, cuando lo quisieres”

William Shakespeare. “La fierecilla domada”

Cada tipo de intervención debe ser contemplada de una forma particular y específica, ya que existen múltiples tipos, que a su vez se subdividen en otras tantas variantes.

Cada operación debe ser afrontada de una forma puntual, sin seguir patrones aparentes que puedan llevarnos a una situación de “no tener ninguna referencia pasada en la que apoyarse”.

Esto no significa actuar sin plan establecido o improvisando, por el contrario nos apoyaremos en acciones “parecidas” anteriores, estudiándolas para extraer todas las lecciones posibles y sus posibles aplicaciones. Pero el secreto radica en no calcar esas acciones en nuestros operativos. No existen dos acciones iguales, como mucho serán parecidas.

Podemos entrar cien veces dentro de la misma habitación, pues bien, jamás se entrará exactamente de la misma forma. Condiciones físicas, estructurales, personales, de armamento, equipo, experiencia profesional, adversarios, todo ello va a ser diferente, con lo que nuestra acción solo podrá parecerse a la precedente. Además el adversario jamás actuará como esperamos. Una vez establecido el perímetro de seguridad entramos en la fase final del operativo. Este no puede comenzar en ningún caso sin estar todos los equipos situados en zona y en sus sectores correspondientes. La entrada podrá decidir en base a tres formas principales de acción, con orden judicial y personal del ministerio correspondiente, por medio de métodos de distracción y engaño y por asalto directo sin aviso previo.

Indiferentemente a las formas de entrada reseñadas cualquier operación de intervención está definida por unos parámetros de actuación perfectamente claros y precisos. Los dos principales son sorpresa y velocidad.

Sorpresa.

Es fundamental para asegurar el éxito de cualquier operación armada, solo hay que recordar la frase popular “el que golpea primero golpea dos veces” para comprender el porque de este principio.

Elementos de distracción, ángulos de aproximación y puntos de entrada, si son correctamente elegidos y empleados de forma eficaz, favorecerán siempre nuestra acción.

Hasta que el Jefe del Equipo no lo comunique no se considerará la zona segura y mucho menos dominada. Los puntos sobre los que se basará para decidir que una zona es segura y está controlada serán:

- Equipo agrupado, los binomios informan de su situación y posición.

- Delincuentes identificados y neutralizados.

- Ausencia de disparos.

- Pruebas y rehenes controlados y asegurados.

- Toda posible vía de ataque está cubierta y asegurada.

Velocidad.

Es el otro factor invariable de toda intervención. Debemos atajar un problema en el mínimo tiempo posible, minimizando la capacidad de reacción del delincuente, e imposibilitando cualquier acción contra rehenes, inocentes o compañeros.

El despliegue será tanto más veloz como urgencia tengamos para acceder a zonas determinadas, habitaciones con rehenes, existencia de pruebas incriminatorias, etc.

A tenor de estos dos factores, tenemos tres formas principales de trabajo, a saber: dinámico, sistemático y por saturación.

Método Dinámico.

Se utiliza cuando la acción debe ser inmediata para acabar con una situación dada. El equipo debe desplegar de forma veloz y agresiva. La rapidez de la acción permite aprovechar el shock psicológico así como cualquier posible sistema de distracción. Exige una constante comunicación oral y vía radio. Si durante la operación el equipo encuentra resistencia, inmediatamente se pasa a una limpieza sistemática.

Las características principales de este método son.

- Sorpresa, rapidez y agresividad.

- Movimientos veloces y fluidos.

- Busca provocar el shock.

- Nivel de riesgo alto.

- Probabilidad media de bajas propias.

- Iluminación constante.

- Comunicación mínima.

- Arma principal subfusiles y granadas aturdidoras.

- El control de las pruebas es secundario.

Método Sistemático.

Debe ser siempre el utilizado por defecto salvo una situación puntual de alto riesgo, rehenes por ejemplo.

Un equipo aislará y contendrá al adversario, mientras otro equipo despeja limpia el resto del objetivo. Aquí la discreción y el cuidado deben ser extremos. Las comunicaciones deben ser todo discretas que sea posible, con susurros y señales manuales. El equipo podrá pasar al método dinámico en cualquier momento.

Sus características son:

- Entrada con seguridad.

- Movimientos lentos y sistemáticos.

- Movimientos cuidadosos y en silencio.

- Nivel de riesgo alto, pero controlado.

- Daños mínimos.

- Calma y precaución.

- Cuidado de luces y sombras.

- Subfusiles y pistolas con linternas.

- Comunicación constante y fluida.

- Aseguramos las pruebas.

- Control de los ocupantes.

Método por saturación.

Es aplicable cuando sea posible el empleo de un gran número de agentes. Es el método más empleado en redadas, por ejemplo.

Sus características específicas pueden definirse en:

- Armas cortas y largas.

- Gritos, sorpresa y shock.

- Granadas aturdidoras.

- Muchos agentes.

- Primero control de los ocupantes.

- Prioridad principal las pruebas.

- Gran velocidad de acción.

- Riesgo muy alto.

- Posibles daños.

- Avanzamos inmovilizando.

- Un segundo grupo controla a los detenidos.

Resulta casi imposible realizar una acción táctica con uno de estos tres métodos simplemente. Siendo lo más habitual pasar de dinámico a sistemático, aunque lo contrario también ocurre con relativa facilidad.

Periodo de reflexão

Caros amigos,

Feito um curo, e necessário, periodo de reflexão, acerca do Blog, e dos temas nele abordados, estou, eu e a equipa de regresso, com ainda mais vontade de partilhar convosco os nossos pensamentos e reflexões sobre as matérias em análise.

Assim, e feito o agradecimento pela paciência que tiveram, ao visitar o Blog em busca de novidades, deixo-vos com um post de Cecilio Andrade, como sempre de grande qualidade.

Obrigado,

Jaime Borges Pereira